segunda-feira, 29 de agosto de 2011

cabelos

um velhinho falou que me acha bonita, porque tenho jeito de criança. de todas as coisas boas que já falaram sobre mim, essa tá entre as minhas três preferidas. uma amiga me disse que sou uma das poucas pessoas que sorriem com os olhos. trancamento total, trancamento total, trancamento total. fico com vontade de chorar quando as pessoas dizem que eu não preciso aguentar coisas que eu achava que era minha obrigação suportar. elas se importam comigo, querem me poupar. qualquer pessoa que vejo chorando na tv tá me fazendo chorar. e eu procuro em tudo algo que me toque lá dentro, mas, na verdade, é tudo fabricado por mim mesma. acho que não sinto mais nada. quero fazer coisas, mas quando tô indo fazer, me bate um desânimo, uma vontade de não fazer mais nada. toda a minha alegria é fingimento pra eu acreditar. e, realmente, "a vida não volta com os meus cabelos".

sábado, 13 de agosto de 2011

dez

na defensiva, sempre. principalmente em relação a esse assunto com ela. e é ridículo, porque, afinal de contas, a escolha foi minha. enfim, TODO DIA, penso em trancar a faculdade ou mudar pra outra, mais "concreta", mais exata, que seja só de fazer conta. aí, me vem à cabeça, que eu não gosto dessa, porque eu não consigo. o meu ódio em relação a esse curso seria resultado da minha incompetência, da minha burrice. porque aí é fácil dizer que odeio os professores, os profissionais, a quem devo agradecer por estar lá. e fico pensando que a carreira de exatas ou o que eu queria fazer de verdade são fugas para eu me sentir melhor, pra esconder a minha incapacidade de entender a complexidade. mas e então, as pessoas que optam por essas profissões também estariam fazendo o mesmo? sinto que não quero pensar. sinto que tudo o que eu gostaria de fazer envolve qualquer outra coisa que não a inteligência. fico assustada quando me tratam bem lá. parece que tá tatuado na minha cara o quanto não gosto daquele ambiente e a repulsa pelas pessoas de lá. mas uma menina foi simpática meio que quebrando aquela minha péssima sensação. vou mesmo com todas as pedras na mão, sorrindo sem querer. e continuo me encantando DEMAIS por todo mundo que me dá o mínimo de atenção. milhões de paixõezinhas platônicas por todos que me tratam relativamente bem. continuo querendo não te ver. continuo querendo ser solteira/ conhecer outras pessoas/ ficar por aí. naquela ideia de te encontrar um dia e dar tudo certo. mas já não estou certa de que eu conseguiria. tô gostando muito de ficar sozinha e acho que não tem espaço pra ninguém sério na minha vida. eu não me aguento, eu não te aguentaria. nunca quereria te trair por pensamento e isso acontece a todo instante. não tem solução, você nem se lembra mais de mim. dez anos meus.