sexta-feira, 30 de abril de 2010

As melhores coisas do mundo.

caí. de novo. literalmente. de novo. ontem, no cinema. primeira vez que vou ao cinema sozinha. gostei, mas achei que gostaria mais. a maioria era casal, comendo pipoca. sentei no cantinho (sempre quis sentar lá no canto, encostada na parede, mas todo mundo gosta do meio). no fim, depois da minha queda, vi um cara de uns 40-50 anos, bem vestido, talvez executivo (parecia rico) saindo de lá, sozinho também. me perguntou, assim como a moça da porta, se eu tinha me machucado. esquisito, porque, pra mim, um cara desses não ia ao cinema pra ver um filme daqueles. quando vi o nome do filme, achei que era demais. depois, fiquei sabendo que era de adolescente e desanimei. mas, no horário que eu podia ir e no shopping que eu queria (e no prazo, porque ganhei ingresso, então tinha até hoje pra ir. com medo de acontecer algum imprevisto hoje #sempreacontece, fui ontem mesmo), eu só tinha duas opções: Alice ou As melhores coisas do mundo. se fosse na minha única alternativa, tinha também o do Chico Xavier. coincidentemente, os três filmes que me sugeriram. como disseram e acho que pensaria a mesma coisa, Alice deve ser legal só na hora, mas depois passa. não tenho muito interesse na história do Chico Xavier também (e eu teria que correr e perderia um pouco do filme até chegar ao cinema). então e também, porque me deixei levar pelas minhas vontades adolescentes, escolhi esse. é um filme sobre adolescentes, que tem um ponto que salva. não é fantástico, mas eu chorei. claro, QUALQUER coisa me faz chorar. até Malhação já realizou essa proeza comigo. mas, provavelmente, não foi porque o filme é ótimo (aliás, deixa eu falar, caí saindo do cinema, as pessoas devem ter achado que eu gostei tanto que até me distraí) e sim, porque me lembrou de coisas da minha vida. é esse tipo de coisa que eu gosto que aconteça com filmes: que mexam comigo. claro que eu gosto dos que me mexem mais. no caso, foi bem pouco. isso que eu também não gosto em filmes: quando eles são rasos, quando podiam entrar mais, machucar mais. quando não vão até o fim, até o extremo. e como fui totalmente descrente e querendo detoná-lo, fiquei o filme todo desconfiada e pensando que a tragédia deles era pequena demais. ridícula, pra ser sincera, comparando ao que tenho presenciado, visto e vivido. aí, parei e percebi que estou competindo desgraças. sempre fui de me fazer de vítima, mas competir pra ver quem sofre mais, quem tem a pior história é BEM horrível. mas tem cada dramazinho bobo em filme, às vezes. tá, eu sou um absurdo e ponto. ah, e eu achava que o famoso era o wordpress. antes de ir, li essa crítica: "A informação digital, que é cada vez mais descartável, ainda não conseguiu matar de vez o gosto de escrever na agenda, manter um diário com papel e caneta. É o caso de Carol, que compartilha apenas com o seu moleskine o que está pensando, sem precisar publicar na Internet cada interrogação que surge". nunca tinha e não tem como eu ter um diário papel e caneta, porque não aceitaria a possibilidade de alguém, conhecido, ler o que eu quero dizer. aqui é quase um anonimato e talvez me proteja de mim, porque, quando escrevo, fico mais sensível. e não escrevo tudo aqui. se bem que, mesmo com o que escrevo, já deixei de ser menos pedra. mas, em relação a "precisar publicar cada interrogação que surge na internet" me pegou realmente de jeito. o crítico falou pra mim. tenho twitter e esse blog e, de fato, quando acontece alguma coisa, eu tenho uma vontade louca de escrever (e não de contar pra ninguém. também, porque, nunca conto nada importante pra ninguém). agora, tô louca pra terminar de ver "O sonho possível". odeio começar o filme, ver um pouco, parar e continuar depois. filme tem que ser tudo de uma vez, mas não deu. ah, sempre forço lembrança, mas, ontem, te vi em outra pessoa. ah 2: é claro que eu não esperava muita coisa de um filme de adolescente chamado "as melhores coisas do mundo". nunca espero coisas boas de qualquer coisa com esse tipo de nome, porque, sempre, o nome é mais bonito que a coisa. ah 3: pouparei vocês dos meus comentários menininha-adolescente sobre o Paulinho Vilhena e o Fiuk.


quarta-feira, 28 de abril de 2010

decidi te lembrar quantas vezes eu tenha vontade.

tem dia que é absurdamente você. o frio na mesma temperatura, o vento. (não é possível ter qualquer relacionamento com alguém parecido assim. acho um absurdo usar as pessoas para tapar buracos que nunca serão tapados. as pessoas não devem ser substituíveis).

terça-feira, 27 de abril de 2010

eu já convidei para dançar.

descobri. a janelinha do blogger me intimida. quando escrevo no bloco de notas, me sinto mais à vontade. do e-mail, um pouco menos, mas mais do que no blogger. eu sei exatamente o que eu tenho que fazer, não preciso de conselhos. eu quero ficar assim. acho um saco ter que fazer o certo. e mais saco ainda ter que fazer isso por causa dos outros. acho que tudo na vida tinha que ser independente. quer dizer, não tudo, mas o que você faz de errado tinha que acontecer só com você, não deveria influenciar mais ninguém. o silêncio, meu e daqueles de quem gosto, me doem.


quinta-feira, 22 de abril de 2010

me deixa.

eu já sou na minha. imagina nas atuais circunstâncias. uma das piores
coisas é ter que sair de casa, conviver com gente, fazer cara feliz, cumprimentar, puxar assunto, rir de
bobeiras pra não ter que responder "por que você é tão quietinha?". ou
pra não ter que falar por que eu tô assim. "problemas", "quais?",
"você tem que desabafar". ninguém precisa saber. eu não quero contar. ninguém pode ajudar, nem eu.
e é por isso que eu gosto da internet, me destraio, fujo e posso rir
só apertando "h" e "a" (mesmo acabada do outro lado da tela).

domingo, 18 de abril de 2010

para.

hoje uma mulher pediu ajuda pra uma médica, porque tinha um cara caído no chão, com a muleta do lado. a médica disse pra ela que tinha que chamar o SAMU e foi embora. a mulher, indignada, contou para nós. eu tava com celular na mão, sugeriram que ligássemos para o SAMU. liguei, passei o cel pra mulher. estávamos perto do hospital, o SAMU falou para pedirmos ajuda pra quem estivesse perto. a mulher foi embora, indignada: "é um ser humano". ficamos paradas. minha irmã falou para irmos até lá. quando chegamos, tinha um cara com um carro, mas acho que ele estava trabalhando só. o cara que estava no chão era um mendigo. tive maus pensamentos. muitas vezes/quase todo dia, vejo mendigos estendidos no chão e nunca paro, nem faço nada. é horrível, eu sei. ligamos, demos o cel pra ele, que disse que era morador de rua. não acreditaram que ele estava doente (mas o pé dele tava torcido, acho. tava virado) e falaram para ligar pra albergue. eu tava atrasada pra ir trabalhar. fui, deixando a minha mãe, irmã, o cara do carro e um moço, que também tava ligando. fiquei sabendo que minha mãe e irmã foram embora, parece que os dois caras ficaram e minha mãe acha que levaram o cara da muleta. foi uma situação totalmente atípica. teve um outro dia no qual eu tava voltando de um show e fui pegar metrô. lá, um cara deu uma rasteira no outro, que ficou no chão. aí, o cara começou a chutar e a dar tapa na cara do outro. as mulheres começaram a gritar pra ele parar, alguns meninos faziam que iam tentar separar, mas não foram. não tinha nenhum segurança na hora. eu já tinha passado a catraca e fiquei olhando, tipo "o que eu faço?". minha irmã me chamou e eu fui. depois, encontrei um amigo e ri, conversei, como se não tivesse acontecido nada. o amigo era um cara com quem falei na net algumas vezes, uma pessoa que eu admiro e que eu tinha conhecido pessoalmente naquele dia. foi bem feio. nem sei o que aconteceu com o cara que apanhou. hoje eu tava bem triste, ouvi o "Eu, Valentin" e quase chorei. é horrível como eu fico mal, aí quando ficam mal perto de mim, eu fico melhor. por quê? parece que quero levar a tristeza pros outros. credo. eu acho que tenho que fazer um esforço pra fazer uma cara de paisagem e fingir que estou ótima. pra não machucar quem já tá machucado. mas parece que eu faço o contrário de propósito. ah, mas, pelo menos, hoje eu não precisei fazer cara feliz pra não me perguntarem se eu estou bem. e vendo que não, me obrigarem a dizer o por quê. e como é um inferno ter boa expressão facial. todo mundo sabe como estou: pela sobrancelha levantada, pela boca triste. e ficam rindo das minhas expressões exageradas. aí, eu tenho que usar a cara de paisagem/boba.

sábado, 17 de abril de 2010

cicatriz.

cai hoje pela terceira vez na Paulista. literalmente. sim, no sentido denotativo. e toda vez que caio parece que é a vida me mostrando a realidade. a vida me dizendo "acorda pra cuspir". um momento Macabéa na sua hora da estrela. mão sangrando, joelho esfolado. antes fosse só isso. acho um saco gente que te obriga a contar coisas que você não quer contar. e é fofo da parte da pessoa, mas cada um deve poder falar o que quiser e com quem quiser (o que, no meu caso, é ninguém). e eu acho o fim do mundo ter que falar para o meu chefe coisas da minha vida pessoal. ele é meu chefe e, pra ele, eu só devo satisfações do meu trabalho. SÓ ISSO. e é um saco chorar conversando com chefe e com professor. parece chantagem emocional, mas não é. não conscientemente. me sinto uma criança, fragilzinha. que inferno. ah, preciso muito ler "A hora da estrela". na época, achei que não era muito legal, mas, sabe quando chega no ponto em que aquilo passa a fazer sentido pra você? então, acho que chegou, pra mim. ah, da outra vez que caí, eu tava atravessando a rua. odeio cair assim, todo mundo olhando.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

te chamar de carta fora do baralho.

fiquei viciada, pronto. tô fazendo todo o oposto do que eu deveria fazer. auto-sabotagem, já diria ele. mas é uma auto-sabotagem BEM cômoda pra mim, já que só tô fazendo o que eu gosto. ontem tava tudo bem, hoje não. eu já tava esperando. aprendi a não ficar muito feliz antes da hora pra não me espatifar muito feio no chão. o que sempre acaba mais com a gente. então, fico só meio feliz. e, ultimamente, sempre tô esperando o pior. ah, lembrei do que eu ia falar (não que fosse algo super importante, mas). o Nando Reis é a ÚNICA pessoa que consegue fazer música legal para os filhos. "Espatódea", "Só pra So" e "O mundo é bão, Sebastião". sempre achei que música/post/qualquer coisa desse tipo bonita/legal indicasse falta de amor. não sei, acho que, quando alguma coisa tem sentimento, fica chata mesmo, repetitiva, óbvia e piegas. por isso, faço um esforço enorme pra escrever aqui. pra não ser chata DEMAIS. apesar de ser. na verdade, acho que escrevo pouco sobre o que eu queria. fujo. ou vai ver eu não tenha nada pra escrever. vai ver eu invente tudo isso. vai ver isso seja só pra me achar profunda e com sentimentos (que não existem). vai ver é só pra parecer legal na internet (é). achei que, há pouco tempo, eu comecei a PRECISAR de algum motivo de felicidade, nem que seja um (um já basta) em cada dia. e tem acontecido. algum scrap, alguma lembrança, algum comentário. é, tô/sou/fiquei virtual DEMAIS. e VIVENDO de música e de ídolos. realmente, não sei o que seria de mim sem música (quem vê acha que sou música, né). se bem que, antes, era só música o que me deixava feliz. agora, pessoas normais (hhahah) de longe também (mas relacionadas à música). mas percebi que sempre precisei desse motivo de felicidade. só que era diferente. antes, eu tinha paixonites. e elas preenchiam o meu dia. não me deixavam entediada. tá, mas eu já me perdi cem vezes no post (como sempre acontece). [obs. eterna desse blog: isso sempre vai acontecer, desculpem. costumo ir escrevendo no bloco de notas e leio só pra ver se ficou mais ou menos, mas faço poucas correções (no bloco mesmo, ou na telinha do e-mail). então, que fiquem as minhas desculpas pelas repetições, desvios e retomadas de assunto]. então, eu tava falando de coisas sem sentimento, né. às vezes, a pessoa escreve "bonito", mas não diz nada. ela apenas usa palavras bonitas, mas vazias. eu gosto de gente que escreve o que tá sentindo. sem rodeios. claro, eu gosto de alguns rodeios. tá, acho que vocês entenderam (?). não tô culpando ninguém, até porque a existência disso aqui significa que entrei no jogo. que pretensão. não, o que eu quis dizer (longe de que eu faça o que essas pessoas fazem, que não deixa de ser bonito) é que tô me segurando pra escrever de um jeito legal (pelo menos, eu acho) pra não ficar muito chato. tô me controlando pra não me derramar demais e pra não escrever o que só faria sentido pra mim. enfim. sou LOUCA pela música da Zoé (Espatódea) e adoro também a da Sophia. a do Sebastião não é a melhor de todas, mas, comparada com outras músicas pra filhos, é bem legal. é possível que o Nando Reis saiba como separar o amor do ato de compor, o que eu não sei fazer. e quem sou eu pra duvidar de um artista. mas, de qualquer forma, amo as três e é isso o que importa. fico com vergonha de mim muitas vezes. fico muito fãzinha e percebo que incomoda (hahahha). mas é assim: ou fico fãzinha, ou não falo direito com a pessoa. é meio difícil me controlar. que nem quando acho um cara bonito, ele deve achar que eu o odeio, porque fecho a cara. é que dá MUITO pra perceber o que eu tô pensando. e é chato ficar babando nas pessoas, né (hhahaha). aí, cada post demora mais de uma hora e já tá na hora de ir. ah. e eu continuo com raiva de mim por eu ser tão anti-social e desperdiçar conhecer (não só de longe) pessoas legais. a vida virtual realmente é mais fácil. e beijo pra @MillaBright, pra @RoseRx, pra @bahennich, pra @katrineabatti e pra @didisenhorita. "você tá sempre indo e vindo, tudo bem". ah, lembrei de mais nomes que eu não gostava e que agora gosto: Vitória, Angélica. por causa de pessoas que conheci. e Zoé. "eu só queria nessa vida aprender saber te amar". o @lebravettorato acabou de me lembrar da palavra EXATA: eu sempre precisei de coisas que SALVASSEM o meu dia. "quando eu vou te pedir perdão?".

quinta-feira, 15 de abril de 2010

que não dê alternativa pra quem lê.

primeira coisa: UM BEIJO ENORME para as queridíssimas @MillaBright ( http://umaparticula.blogspot.com/ ), @RoseRx ( http://blogs.myspace.com/xidaa ) e pra você, que estiver aqui, por acaso. ou por qualquer outro motivo. "toda vez que toca o telefone, eu penso que é você. toda noite de insônia, eu penso em te escrever. e não me agrada ser um calendário do ano passado. pra dizer que teu crime me cansa e NÃO COMPENSA entrar na dança depois que a música parou. a música parou. parou. escrever uma carta DEFINITVA que não dê alternativa pra quem lê. te chamar de carta fora do baralho, descartar, embaralhar você e fazer você voltar. havia motivo para tudo. o teu maior defeito talvez seja a perfeição. tuas virtudes talvez não tenham solução. então, pegue o telefone ou um avião. deixe de lado os compromissos marcados. perdoa o que PUDER ser perdoado, esqueça o que NÃO TIVER perdão e vamos voltar àquele lugar, vamos VOLTAR". tentei muito não postar letra de música aqui, o que sempre acaba com os meus blogs/fotologs, porque aí eu começo a cantar e só. entendiante pra caramba. mas não quero atualizar o fotolog agora e não cabe no twitter e ela tá martelando na minha cabeça. eu quero muito QUALQUER COISA DEFINITIVA. chega de não saber o que vai acontecer, por favor. (sei que todo fala que mudança é bom e tal, mas não tô a fim. sim, eu sou acomodada. e tô cansada com 21 anos. cansada de nada).
 
 

quarta-feira, 14 de abril de 2010

vida feliz: modelo pré-fabricado.

não é possível fazer nada produtivo com internet. juro. esses mil sites de relacionamento acabam comigo. também, né, tenho todos. enfim. como sempre, fiquei pensando sobre o que escrever aqui. isso aconteceu muito há umas três semanas (?), quando comecei o blog, aí me acalmei, porque não tinha nada pra contar e agora recomeçou, porque descobri que gente lê aqui. que coisa linda (feia) gente/pessoa perder tempo com essas coisas que eu falo. enfim. estava pensando que como um quarto da minha vida não tem solução, vou considerar que um terço seria resolvido se eu conseguisse aquilo que só depende de mim. e além disso, conseguiria me livrar. aí, já comecei a pensar na minha mudança de casa (doida, nem consegui ainda). nos planos de criança, eu teria filhos e casaria. planos desfeitos, pensei em morar sozinha em um apartamento no mesmo condomínio no qual moro, pra ficar perto da minha mãe. na verdade, a ideia era passar o dia inteiro lá e dormir na minha casa ou livrá-la de lavar/passar minha roupa, fazer comida. mas isso é bem egoísta, porque, morando com ela, eu poderia fazer tudo isso, por mim e por ela. mas eu queria morar sozinha, pra ficar sozinha, pra ver tv até quando quiser, pra ficar na net até quando quiser, pra chegar em casa em qualquer hora, pra comer o que eu quiser, pra abrigar amigos (comecei a pensar nisso há pouco tempo, graças aos amigos gaúchos), pra ter vida de solteira. mas tô achando que se foi esse plano (também). as coisas estão difíceis e seria o cúmulo do egoísmo (o que já é eu estar pensando e escrevendo coisas tão banais em todo esse período) eu sair de casa. quem me nota, já deve ter reparado que "casar e ter filho" é uma questão muito importante pra mim (aloka hahahah). mas é que nunca, na minha infância, passou na minha cabeça que isso não ia acontecer na minha vida. aquela velha história de homem dos sonhos, casamento dos sonhos, crianças, sabe? eu tinha aquela ideia de que o contrário era uma mulher solteirona, que não ia ter ninguém quando envelhecesse. na verdade, ainda tenho uma ideia dessas. sempre tive horror àquelas mulheres "sex and the city": profissionalmente bem sucedidas, mas carentes, patéticas e desesperadas pra ficar com qualquer cara. isso sempre me deprimiu. e me deprime até hoje (hahhaha). mas, vendo os dois lados, chego à conclusão de que é melhor enfiar o pé na jaca mesmo (odeio usar essas expressões, mas) a ficar fingindo algo que não existe, só pra ficar bonitinho, igualzinho. então, sim, penso que serei uma dessas encalhadas. como adoro me fazer de vítima, fiquei me lamentando por algum tempo pelos motivos que me fizeram mudar de opinião em relação a isso. claro que eu preferia não ter esses motivos, porque eles se devem a coisas ruins com pessoas boas, mas (odeio esse "mas") me sinto aliviada de não ter mais aquela ideia pré-fabricada de que toda mulher é OBRIGADA a casar, a ter filho, a ser bem sucedida e a ter uma vida saudável pra ser feliz. claro que todas nós queremos as três últimas coisas, mas venho sentindo como se fosse uma imposição. olha para as entrevistas de emprego, olho para conversas de colegas meus. "até x anos, eu quero estar casado". eu pensava a mesma coisa. mas então é assim? chega x anos e você casa com quem estiver namorando, mesmo que seja só um namoro pra não ficar sozinho? vai casar só porque chegou a idade? vai casar porque "quer ter uma família" (quem? você quer?), seja com quem for? "passei a amar por pura convenção" (moptop), né. eu acho besteira. perdi quase toda a fé em casamento no qual existe amor. então, imagina nesses de acomodação. naqueles em que existe amor, tenho medo da rotina. porque, querendo ou não, você tem a pessoa ali, sempre. ela é "sua", teoricamente. você acha que não tem como perder. daí o meu medo de estragar o que tá legal agora, assim. ah, outra coisa que sempre vinha na minha cabeça era meu vestido de noiva. como a gente é criada de um modo bobo, né? nem é o casamento, amor, nada disso. o que importa é o vestido, o bolo, a festa, o álbum de casamento, os convidados. porque tem gente que mora junto ou casa só no civil. eu achava tão chato, sem graça. "como assim perder o MAIS LEGAL do casamento?". confesso que ainda acho bonito tudo isso, mas penso (com muito esforço) que aceitaria morar junto ou casar só assinando o papel, com poucos convidados, no cartório, se. aí vem o passo seguinte, acho realmente que eu não aguentaria a rotina de um casamento. o "felizes para sempre" sempre acabou na festa de casamento e fica difícil, pra mim, "suportar" o que vem depois. não sei se eu faria todas as funções domésticas. não é questão de amor, nem de feminismo. tá, se ele fizesse (não usar a palavra "ajudasse", porque NÃO É nenhum favor do homem), eu me sentiria mal. as pessoas o elogiariam e eu seria a esposa folgada (sim, tenho problemas de machismo, acho). e se eu casasse, com certeza, iria querer ter filhos. porque viver só com marido me parece imcompleto (sou tradicional pra caramba, saco). não consigo pensar em casar e não ter filho. parece tão solitário. mas ter filho também desgasta casamento e eu tenho certeza de que deixaria meu marido de lado. certeza. o contrário, ter filhos e não casar me parecia um absurdo há uns tempos atrás. agora, nem tanto. mas não sei como seria e não quero escolher isso para os meus filhos. enfim, olha eu um milhão de horas escrevendo quando tinha que estar fazendo outra coisa. ah, só pra terminar: Davi, Alice e Eduarda (e, provavelmente, estou esquecendo de algum) são nomes bonitos pra filhos (eu não gostava de nenhum desses). aaaah, última coisa: fiquei emocionada, de verdade, com as pessoas amadas (e inesperadas) que falaram que lêem aqui. juro que achei que eu falava com as paredes. só mais uma coisinha, última, juro: tenho que parar de escolher as coisas e negar. sempre odiei quem fazia isso. e estou fazendo. escolheu, assume. ah, última, agora sim: além de TUDO o que está acontecendo, me dá uma tristeza ver gente querida triste. fiquem bem, por favor.

domingo, 11 de abril de 2010

eremita.

eu nunca entendi as pessoas acharem "tadinha, ela tá sozinha". amo andar sozinha, amo andar de ônibus sozinha. eu e meus pensamentos. ou eu e pensamento nenhum, vendo as lojas, as ruas, as pessoas. as pessoas vivendo. quando você tá com alguém, tem que arrumar assunto, rir. e eu não tô pra isso. gosto do silêncio, da observação. a pior coisa do mundo é todo mundo te dizer "ó, ela tá de brinco". sou desleixada, não me arrumo e não tô nem aí. eu não tenho que ficar bonita pra te agradar. eu não preciso. eu não quero. mas sempre, em todo lugar onde vou, acabo virando "mascote", a "bonitinha", mesmo com todo o meu "anti-social-ismo" atual. todo mundo me tratando como criança. um saco. me falar esse tipo de coisa é jogar na minha cara que eu tô acabada. e que eu não posso. mas eu já sou maior de idade, pelo menos, no rg. diminutivos me irritam bastante. não sou pequena, ou não pretendia ser. "eu não sou nada do que eu era". ou eu sou tudo aquilo que sempre fui e não tinha notado. ou tudo se acentuou, pra pior. pelo signo, achei que sempre quis ser mais, melhor. não quero ser igual. não quero ser pouco. não quero ser aquilo. não quero parecer pequena. excluída. não quero ser aquilo do que tenho nojo. gosto daquela figura, mas não quero pra mim. contraditório. não. é que eu acho lindo, mas, pra mim, sempre esperei mais. feio, né? para os outros, acho muito bonito mesmo e admiro. penso "queria ser igual". mas quando alguém me diz, acho pouco demais pra mim. e não dá pra ser meio. sempre gostei dos extremos. tá, isso parece pra ficar bonito. na verdade, gosto dos extremos, mas acho que sempre fui meio. ou menos. muito pouco. não consigo me livrar do estereótipo, quando sou um pouco simpática.

terça-feira, 6 de abril de 2010

antes.

não vou sossegar enquanto não escrever hoje. saco. é tão estranho falar sobre esse tipo de coisa na internet. parece que eu tô querendo mostrar pra alguém o que, de fato, só interessa a mim, como se eu estivesse tentando convencer (a mim e aos outros). não sei. penso em all the possibilities, mas, quando lembro, sei o que eu queria. passado, porque parece mesmo que não vai acontecer. e é melhor assim. com certeza, encontrará alguém melhor (todo mundo). e tá complicado demais sem. estou certa de que não ajudaria e sim, atrapalharia, levaria problemas que não são seus e com os quais não tem que conviver. além do mais, mesmo que acontecesse, não ia mudar o que sou hoje, que não é aquela que conheceu. ou melhor, é. mas que não sabia. sempre penso que antes era melhor, que eu era melhor. mas vejo que continuo a mesma, sempre fui assim. a diferença é que antes eu fazia uma força. ah. esqueci no bolso.

 

sábado, 3 de abril de 2010

uma das coisas mais bonitas que já me disseram (para eu ler quando me faltar).

"Feliz natal pra ti tbm (apelido). Que esse natal seja o primeiro dia para que tu possas amar todos os dias."