sábado, 17 de abril de 2010

cicatriz.

cai hoje pela terceira vez na Paulista. literalmente. sim, no sentido denotativo. e toda vez que caio parece que é a vida me mostrando a realidade. a vida me dizendo "acorda pra cuspir". um momento Macabéa na sua hora da estrela. mão sangrando, joelho esfolado. antes fosse só isso. acho um saco gente que te obriga a contar coisas que você não quer contar. e é fofo da parte da pessoa, mas cada um deve poder falar o que quiser e com quem quiser (o que, no meu caso, é ninguém). e eu acho o fim do mundo ter que falar para o meu chefe coisas da minha vida pessoal. ele é meu chefe e, pra ele, eu só devo satisfações do meu trabalho. SÓ ISSO. e é um saco chorar conversando com chefe e com professor. parece chantagem emocional, mas não é. não conscientemente. me sinto uma criança, fragilzinha. que inferno. ah, preciso muito ler "A hora da estrela". na época, achei que não era muito legal, mas, sabe quando chega no ponto em que aquilo passa a fazer sentido pra você? então, acho que chegou, pra mim. ah, da outra vez que caí, eu tava atravessando a rua. odeio cair assim, todo mundo olhando.

4 comentários:

  1. Querida amiga.

    Clarice Lispector tem dois lados, ou ela te esclarece e define absolutamente tudo o que tu estás sentindo, ou ela te deixa completamente perdida, bate de frente com o que tu acreditavas ser verdadeiro...

    Todas temos uma criança dentro de nós, todas somos em parte frágil e corremos o risco de chorar quando menos queremos, afinal, somos mulheres.

    Pondo a vergonha de lado, não te sentiste melhor mesmo após tendo chorar para teu chefe?
    Às vezes é melhor chorar acompanhada do que sozinha...

    Eu adorei a postagem e adoro teu blog. É um grande prazer lê-lo. Já te adoro muito.
    Beijos, Mila

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  2. na época de colégio, eu tentava gostar da Clarice, mas achava bem difícil, pelo modo como ela escrevia: duro, nojento (eu sempre gostei de ternura na escrita). agora, queria conhecer mais.

    e... então, o fato de sermos mulheres implica nessa coisa de chorar? não, Mila, não me senti melhor. ando chorando muito pra chefe e acho um saco. não gosto de chorar na frente das pessoas (só quando quero deixá-las com peso na consciência). é muito ruim: às vezes, tô bem triste e a pessoa tá bem, aí ela fica triste e a minha tristeza diminui. é horrível.

    ô, Mila :~~~~ você é um AMOR e eu te adoro muito também *____*

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  3. É verdade, a Clarice explora a intimidade do ser humano de uma maneira que poucos escritores conseguem.

    É, não necessariamente o fato de sermos mulheres implica na choradeira.
    Mas eu falo por mim, TPMs, sensibilidade, emoção, e todas essas coisas que podem nos deixar vulnerável nos momentos mais impróprios.

    Bem, minha amiga, às vezes nos sentimos melhor fazendo coisas socialmente ou moralmente "inaceitáveis".. mas te digo uma coisa, essa noção de o que é bom e mau é MUITO subjetiva, não te prende por pré-conceitos.

    Abraços!

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  4. "às vezes nos sentimos melhor fazendo coisas socialmente ou moralmente 'inaceitáveis'." - MUITO isso, Mila. obrigada, querida.

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