quarta-feira, 14 de abril de 2010

vida feliz: modelo pré-fabricado.

não é possível fazer nada produtivo com internet. juro. esses mil sites de relacionamento acabam comigo. também, né, tenho todos. enfim. como sempre, fiquei pensando sobre o que escrever aqui. isso aconteceu muito há umas três semanas (?), quando comecei o blog, aí me acalmei, porque não tinha nada pra contar e agora recomeçou, porque descobri que gente lê aqui. que coisa linda (feia) gente/pessoa perder tempo com essas coisas que eu falo. enfim. estava pensando que como um quarto da minha vida não tem solução, vou considerar que um terço seria resolvido se eu conseguisse aquilo que só depende de mim. e além disso, conseguiria me livrar. aí, já comecei a pensar na minha mudança de casa (doida, nem consegui ainda). nos planos de criança, eu teria filhos e casaria. planos desfeitos, pensei em morar sozinha em um apartamento no mesmo condomínio no qual moro, pra ficar perto da minha mãe. na verdade, a ideia era passar o dia inteiro lá e dormir na minha casa ou livrá-la de lavar/passar minha roupa, fazer comida. mas isso é bem egoísta, porque, morando com ela, eu poderia fazer tudo isso, por mim e por ela. mas eu queria morar sozinha, pra ficar sozinha, pra ver tv até quando quiser, pra ficar na net até quando quiser, pra chegar em casa em qualquer hora, pra comer o que eu quiser, pra abrigar amigos (comecei a pensar nisso há pouco tempo, graças aos amigos gaúchos), pra ter vida de solteira. mas tô achando que se foi esse plano (também). as coisas estão difíceis e seria o cúmulo do egoísmo (o que já é eu estar pensando e escrevendo coisas tão banais em todo esse período) eu sair de casa. quem me nota, já deve ter reparado que "casar e ter filho" é uma questão muito importante pra mim (aloka hahahah). mas é que nunca, na minha infância, passou na minha cabeça que isso não ia acontecer na minha vida. aquela velha história de homem dos sonhos, casamento dos sonhos, crianças, sabe? eu tinha aquela ideia de que o contrário era uma mulher solteirona, que não ia ter ninguém quando envelhecesse. na verdade, ainda tenho uma ideia dessas. sempre tive horror àquelas mulheres "sex and the city": profissionalmente bem sucedidas, mas carentes, patéticas e desesperadas pra ficar com qualquer cara. isso sempre me deprimiu. e me deprime até hoje (hahhaha). mas, vendo os dois lados, chego à conclusão de que é melhor enfiar o pé na jaca mesmo (odeio usar essas expressões, mas) a ficar fingindo algo que não existe, só pra ficar bonitinho, igualzinho. então, sim, penso que serei uma dessas encalhadas. como adoro me fazer de vítima, fiquei me lamentando por algum tempo pelos motivos que me fizeram mudar de opinião em relação a isso. claro que eu preferia não ter esses motivos, porque eles se devem a coisas ruins com pessoas boas, mas (odeio esse "mas") me sinto aliviada de não ter mais aquela ideia pré-fabricada de que toda mulher é OBRIGADA a casar, a ter filho, a ser bem sucedida e a ter uma vida saudável pra ser feliz. claro que todas nós queremos as três últimas coisas, mas venho sentindo como se fosse uma imposição. olha para as entrevistas de emprego, olho para conversas de colegas meus. "até x anos, eu quero estar casado". eu pensava a mesma coisa. mas então é assim? chega x anos e você casa com quem estiver namorando, mesmo que seja só um namoro pra não ficar sozinho? vai casar só porque chegou a idade? vai casar porque "quer ter uma família" (quem? você quer?), seja com quem for? "passei a amar por pura convenção" (moptop), né. eu acho besteira. perdi quase toda a fé em casamento no qual existe amor. então, imagina nesses de acomodação. naqueles em que existe amor, tenho medo da rotina. porque, querendo ou não, você tem a pessoa ali, sempre. ela é "sua", teoricamente. você acha que não tem como perder. daí o meu medo de estragar o que tá legal agora, assim. ah, outra coisa que sempre vinha na minha cabeça era meu vestido de noiva. como a gente é criada de um modo bobo, né? nem é o casamento, amor, nada disso. o que importa é o vestido, o bolo, a festa, o álbum de casamento, os convidados. porque tem gente que mora junto ou casa só no civil. eu achava tão chato, sem graça. "como assim perder o MAIS LEGAL do casamento?". confesso que ainda acho bonito tudo isso, mas penso (com muito esforço) que aceitaria morar junto ou casar só assinando o papel, com poucos convidados, no cartório, se. aí vem o passo seguinte, acho realmente que eu não aguentaria a rotina de um casamento. o "felizes para sempre" sempre acabou na festa de casamento e fica difícil, pra mim, "suportar" o que vem depois. não sei se eu faria todas as funções domésticas. não é questão de amor, nem de feminismo. tá, se ele fizesse (não usar a palavra "ajudasse", porque NÃO É nenhum favor do homem), eu me sentiria mal. as pessoas o elogiariam e eu seria a esposa folgada (sim, tenho problemas de machismo, acho). e se eu casasse, com certeza, iria querer ter filhos. porque viver só com marido me parece imcompleto (sou tradicional pra caramba, saco). não consigo pensar em casar e não ter filho. parece tão solitário. mas ter filho também desgasta casamento e eu tenho certeza de que deixaria meu marido de lado. certeza. o contrário, ter filhos e não casar me parecia um absurdo há uns tempos atrás. agora, nem tanto. mas não sei como seria e não quero escolher isso para os meus filhos. enfim, olha eu um milhão de horas escrevendo quando tinha que estar fazendo outra coisa. ah, só pra terminar: Davi, Alice e Eduarda (e, provavelmente, estou esquecendo de algum) são nomes bonitos pra filhos (eu não gostava de nenhum desses). aaaah, última coisa: fiquei emocionada, de verdade, com as pessoas amadas (e inesperadas) que falaram que lêem aqui. juro que achei que eu falava com as paredes. só mais uma coisinha, última, juro: tenho que parar de escolher as coisas e negar. sempre odiei quem fazia isso. e estou fazendo. escolheu, assume. ah, última, agora sim: além de TUDO o que está acontecendo, me dá uma tristeza ver gente querida triste. fiquem bem, por favor.

2 comentários:

  1. Casamento é uma coisa complicada.
    Pensando bem, as vezes fico cogitando as mesmo ideias que você, planejando, desplanejando e chegando a lugar nenhum.
    Tinha nomes, o marido.
    Alias, quase me casei á três anos atrás, mesmo achando que não era certo e não foi mesmo.
    As vezes tu parece que lê minha alma.

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  2. pois é. mas, no meu caso, não é que eu planejo e desplanejo. a vida que desplaneja pra mim.

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